18 abril 2010

Os nossos pais tinham razão


Antes lá iamos nos a reclamar que os nossos pais so falavam do passado quando se encontravam com os amigos. Pois ainda não sou pai e só por isso que não tenho um filho a reclamar, passo muito tempo a relembrar com os meus amigos tempos passados e bons, estou aqui e o outro a milhares de Kilometros. Isso é mesmo do povo caboverdeano, viver longe de quem foram os nossos amigos de infancia e é por isso que levamos tempos a relembrar o passado longiquo ou nao.
Se os nossos amigos de infancia estivessem proximos de nos, o passado que iriamos relembrar era o ontem.
Lembro os dias em que a minha mãe se juntava com a tia Nandoca(mãe Tutu,Jana e Du, Tete(madrinha Milanka), Dona Nenezinha( madrinha milanka) e outros amigos dos tempos de Bissau e começavam a conversar da de Juventude, das coisas que tinham feito, das "traquinices", dos bailes e por fim chegavam as pessoa que não tinham noticias há algum tempo. Nessa altura não percebia o porquê de os amigos de infancia estarem tão longe um do outro. Quando somos crianças imaginamos o nosso futuro na nossa terra, a viver ao pé dos nossos pais, alguns tem essa sorte e/ou essa persistencia. Imaginemos o caso do Cau, a mãe vive a 6000 km e o pai a 7900 km de distancia, consequente mente esta a milhares de distancia das histórias da sua infancia.Diariamente, ele viaja pelo menos cerca de 14.000 km no pensamento, pois, isso que nos leva a falar do passado para diminuirmos esses kilometros, tentamos tornar esse kilometros em centimetros. Falamos do passado para estarmos mais acompanhados, lembrar os nossos, porque os nossos não serão tão somente a nossa familia. Os nosso amigos de infancia são nossos tambem, aquelas brigas com os amigos são nossos , as bocas das miudas, as festas, os convivos, os jogos (que não eram electrónicos), os passeios, o ralhar do Batche,Norman ou Doutor Samuel (no meu caso), tudo isso são nossos.
Posso levar um tempo inderterminado a inumerar as razões que nos leva a falar dos dias passados. Mas todos já sabemos que isso da-nos vida, isso mostra-nos que o tempo realmente passa sem nos aparecebermos e no fundo é uma fonte de energia para o futuro. Assim, começamos a perceber que se não despacharmos este tempo que estamos a viver,actualmente, rapidamente torna-se passado .
Interessante de tudo isto é que quando estamos ou estou a falar do passado, mesmo os dias e as coisas que não correram da melhor forma da-nos saudades. Aquelas pessoas(amigos de infancia) que mais tinhamos fricção, é a pessoa que temos mais historia para contar, que o diga Irina e Duky.
Claro que a minha historia de juventude engloba muitos outros meios, desde dos tempos em que ia a sede de academica do Mindelo, dos tempos da rua do Douro, em que a noite sentavamos ao pe da casa da Ninha e ela contava-nos historias de bruxas de Santo Antão e muito mais.
Qualquer pessoa de certeza que tem orgulho no seu passado, eu não fico atras, graças a deus sempre vivi em ruas e zonas que tinham muitas crianças e de varias idades.
Dos tempos de Rua do douro lembro-me de varios amigos que hoje nem sei onde estão. O que falarei quando encontrar um desse amigos? Claro que falarei do passado e iremos tantar saber de um ou de outro e se por acaso tivesse um filho e estivesse presente ia dizer que os pais so falam do passado.
Hoje percebo os meus pais, eles tem razão em estar quase sempre a falar do passado. É que passado sempre é bom, se as coisas correram maravilhosamente bem, espectáculo e se as coisa não correram bem, tiramos ilações para corregir erros futuros.
Eu mencionei nomes de amigos de infancia, e de pessoas que estiveram no nosso passado, mas cada um tem as suas pessoas que os marcaram, cada um tem aquela pessoa que estava sempre a ralhar com as crianças que estavam a fazer muito barulho, (pois, percebo-vos Batche, Norman e D. Samuel).
Prometo aos meus amigos que irei escrever sobre todos os meios em que vivi, Pracinha de igreja, rua do Douro, Almadinha, Avenida de Holanda, Escola Telégrafo, rua Guerra Mendes(minhas férias na Praia), Fazenda, Batuque,Liceu Ludjero Lima, Jorge Barbosa, etc.

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